domingo, 1 de setembro de 2013

Cadê a calçada???

Reparem na foto abaixo. Se parece um belo lugar tropical não? Porém esta árvore está não em uma floresta e sim no meio da cidade. Aliás no meio de uma calçada. Seria bom não é mesmo se todas as calçadas das grandes cidades pudessem abrigar árvores deste porte. Mas a realidade é outra. Temos calçadas no geral pequenas. Boa parte senão a quase totalidade das cidades brasileiras não possuem fiação subterrânea. O que limita o plantio de árvores e seu porte.


 As pessoas bem intencionadas querem "esverdear" sua calçada seu bairro e acabam plantando alguma semente, alguma muda que cresceu e já não há mais espaço na sua casa, quintal, varanda ou até mesmo sala do seu apartamento. Enfim acabam por plantar na frente de suas casas, praças próximas ou quintais espécies que futuramente podem prejudicar calçamentos, muros, pisos e até mesmo alicerces ou fundações de casas e prédios.

Ou seja pessoas muitas vezes com boas intenções acabam prejudicando até mesmo sua residência. Há vezes em que a própria praça onde foi efetuado o plantio da muda acaba por destruir literalmente a praça.



                           
                                  Canteiro da  praça destruído pelas raízes.

falsa - seringueira (Ficus elastica) ainda jovem.

Um dos exemplos mais conhecidos talvez seja o da falsa-seringueira (Ficus elastica) que aparece nas fotos acima. Que foi moda nos anos 30 e 40 e hoje causa vários problemas. Com seu grande porte e suas raízes agressivas vem sendo retirado de diversos locais. 

Muitas vezes a responsabilidade é do próprio poder público. Ou não raro o próprio gosto pessoal de determinados governantes pode ocasionar a escolha de uma espécie ou outra.Sem levar em consideração outros fatores.  Causando desequilíbrio  no controle de pragas o que acarreta em doenças e quedas de árvores que só nos recordamos nos verões chuvosos. 

Na mesma calçada  uma paineira (Ceiba speciosa) uma jaqueira (Artocarpus heterophyllus) e Eucalyptus sp ao fundo na outra calçada um exemplar de falsa seringueira (Ficus elastica). 
O que fazer? Afinal uma cidade com mais árvores é bem mais agradável.
Determinadas cidades possuem o serviço disque árvore ou similar. Em que plantam ou entregam na sua residência ou tem que retirar variando de cidade para cidade. Existem determinadas variedades de mudas adequadas a sua calçada. E que sendo adequadas não virão a se tornar gigantes espremidos entre a rua e a calçada não ameaçando sua casa ou fiação por exemplo. 

 Se você já plantou aquele abacateiro ou jaqueira na sua calçada??? Bom ai você deve consultar algum órgão responsável na sua cidade ou algum técnico antes de sua remoção. Pois mesmo que esteja querendo colocar a espécie correta no local e remover a prejudicial e mesmo que esteja no seu quintal pode ser enquadrado como crime ambiental se não houver a devida autorização. 


Fotos e texto. 
Heidy Mori 





sexta-feira, 14 de junho de 2013

Greve


Me lembro do meu primeiro semestre da faculdade quando tive uma palestra com o professor Aziz Nacib Ab'Saber. Nesta palestra ele dizia o conceito de bacia urbana. Que nada mais é que uma cidade interligada com outra formando uma cidade cada vez maior. 

 Por acaso vivo em uma bacia urbana e além disso está é a maior do mundo. Interconectadas estão desde Santos a São Paulo e o  eixo Campinas São Paulo e Sorocaba São Paulo que totalizam aproximadamente 125 cidades conectadas. 

Com uma população de mais de 20 milhões de habitantes. Sendo que no estado de São Paulo já ultrapassa 40 milhões de habitantes. 

Habitualmente utilizo o transporte público já inchado e ultrapassado desta bacia urbana. 

Ontem dia 13 de Junho houve a greve pelo congelamento de tarifa. Jornais noticiaram hoje dia 14 de Junho que "apenas 1 milhão de pessoas foi afetada". Comecei a rir do jornal afinal só "1 milhão" não é em um universo de 20 milhões não é quase nada. 

Hoje em um trecho que levo normalmente 15 minutos ou 10 minutos levei 2 horas e meia fato normal após um dia de greve, pois as pessoas tem medo de não conseguirem chegar ao emprego e acabam tirando seus carros e motos da garagem que habitualmente seriam usados somente nos fins de semana. 

Se compararmos a bacia urbana com um ser vivo suas ruas e avenidas como veias e artérias. Diria que apresenta o quadro clinico de pré-infarto. 

Já citei que São Paulo é um caso único no mundo com mais de 120 cidades interconectadas. Soluções sempre irão propor, mais trens, mais metrôs, mais ciclovias, mais estradas, andar etc. Mas quando no ano 2075??? 

Porém sabemos que quem utiliza bicicleta é para curtas distâncias, metrôs e trens estão com número insuficiente, não há corredores para motos suficientes nem corredores para ônibus em número suficiente, andar quando o calçamento é adequado e a distância é curta. 

Além do que o motivo da greve a tarifa. Ter que pagar para ficar em pé, apertado etc. Não é compatível com o valor. Poderia ser até o dobro o preço dos trens e ônibus porém desde que houvesse conforto e qualidade na mobilidade.  A leitor, se você anda com veículo próprio acha que não há prejuízo?? tempo perdido, combustível perdido, paciência perdida e não concorda com greves??? Acha que devem ser feitas em praias ou parques????
Por favor !!!  Como escutei hoje. Ah podia fazer a greve em um parque. 

A qualidade da mobilidade é qualidade de vida meio ambiente mais saudável e mente mais saudável. 


Heidy Mori 



quarta-feira, 17 de abril de 2013

Espécies exóticas ou nativas?


Muitos são os aspectos que influenciam o desenho dos espaços exteriores. Cada lugar tem uma característica particular a que chamados (genius loci) ou (espírito do lugar) gerando limitações ou potencialidades. Cada lugar tem uma paisagem circundante própria, uma luminosidade, um tipo de clima.

Clientes por sua vez têm pedidos distintos e necessidades específicas. Portanto a obra deve servir a determinado fim, estar bem construída, ser de fácil manutenção e sustentável e sobretudo, agradar aos seus frequentadores pelo olfato, tato, paladar, audição e visão. Claro que sempre dentro do possível.

Quando são escolhidas espécies para compor os jardins algumas pessoas ao optarem por espécies nativas muitas vezes esquecem que estas têm necessidades, não basta colocá-las no local e deixá-las por sua rusticidade ou o oposto ser excessivo nos cuidados, pois ambas as atitudes podem matar a planta.

O que ocorre então? Afinal elas não são nativas?

Na verdade o desenvolvimento do ambiente urbano provoca tamanhas alterações que este se torna exótico para espécies nativas (originárias) do local e estas já não se adaptam mais. Como exemplos dessas alterações podemos citar a sombra provocada pelas edificações, as mudanças no micro-clima e até o solo - nas cidades, conforme seu tamanho e idade, sempre há entulho no solo, por vezes não passam de pequenos fragmentos; em alguns pontos da cidade de São Paulo, por exemplo, pode ser encontrada uma camada de até 1 metro de entulho; em cidades antigas, como Roma, são encontrados trechos com até 15 metros de “vestígios de civilização” até se chegar ao solo original.

Não estou defendendo o uso de apenas nativas ou apenas exóticas, mas, sim, o uso das espécies mais adaptadas ao local, desta maneira tornando o jardim mais sustentável não só pela economia de água e energia como, também, pelo fato das espécies terem maior durabilidade. Afinal nossos jardins - tropicais, subtropicais, áridos ou litorâneos - não devem seguir apenas uma referência em um país com as dimensões e variedades climáticas como o nosso pode parecer meio lógico isto, porém muitas vezes é seguido o padrão de São Paulo e Rio de Janeiro para o restante do país.


Cabe a nós paisagistas o uso inteligente de recursos conciliando soluções tradicionais e inovadoras conciliando o novo e o antigo, o nacional e o internacional.

     


Exemplos das camadas de “vestígios de civilização”

















Parque Vila Lobos São Paulo. Local onde foi depósito de resíduos da construção civil por décadas.




Vista do parque do lado externo. 


Texto e fotos  Heidy Mori 


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ah esse negócio da sustentabilidade!!!!!!



Um dia desses ouvi um aluno de pós-graduação comentando:

 - Ah, no meu curso todo mundo da sala usa notebook ou tablete para escrever!!!

Ouvi e pensei.

 - Ah, até ai normal dependendo do curso é necessário usar determinado programa. Enfim tem vezes que é necessário usar.

Mas o comentário que ouvi em seguida que achei interessante. O aluno disse:

- Ah o bom é que todo mundo escrevendo em notebook e tablete e ajuda o meio ambiente é mais "sustentável".

Pensei comigo......

Ajuda o meio ambiente? Pensei...

  Legal você não usa papel que é fácil de reciclar e também biodegradável. Caneta que também é reciclada facilmente mesmo tendo diversos componentes em sua composição ou lápis que pode ser compostado facilmente.

O aluno dessa pós-graduação não pensou que seu notebook feito de plástico, alumínio, cobre, ouro enfim diversos componentes pudesse causar algum dano.

O plástico vem do petróleo é quase consenso universal que sua extração, produção, distribuição e o tratamento de seu resíduo final causam algum dano em uma dessas etapas de produção.
Destruímos florestas para explorar a bauxita que é utilizada para produção de alumínio. Somente esse componente o alumínio. Consome 10% de toda a energia do mundo.
O ouro usado nos componentes pode ter sido extraído de alguma floresta ou rio e o mercúrio usado na extração pode ter contaminado algum peixe e ter explorado algum garimpeiro em alguma terra indígena na
sua extração.

Nos componentes internos revestidos com anti retardantes de chamas são super tóxicos na verdade neuro tóxicos afetam nosso cérebro e além de toxinas que são bio acumulativas ou seja se acumulam dentro dos seres vivos atravessando a cadeia alimentar e no topo da cadeia o que apresenta maior nível de contaminação não é o frango nem o peixe é o leite materno.

E a reciclagem de seus componentes é ainda muito onerosa se for totalmente limpa. O que não ocorre hoje em dia. Boa parte do lixo eletrônico acaba muitas vezes embarcado em algum país como Gana, Nigéria separando as peças ou em algum lugar da China. Separação que muitas vezes senão quase sempre só valoriza os metais mais valiosos e o restante acaba incinerado ou enterrado contaminando a água e o solo desses lugares.

Enquanto não houver uma reciclagem total dos componentes eletrônicos e respeito com os trabalhadores em todas as etapas da cadeia de produção, distribuição e na reciclagem. Acho que não vou achar a aula com notebooks e tabletes " tão sustentável".

Bom isso que respondi ao aluno de pós-graduação.




 Foto e texto: Heidy Mori

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Relógio de Vinil

  Tinha um relógio que iam jogar no lixo mas funcionando ainda e um vinil riscado.

   Fiquei com dó de mandar para a reciclagem e juntei os dois. 





 Bom estou vendendo. 

 Entre em contato (11) 9.9449.0337 CLARO 

 heidymori@yahoo.com.br